Acessibilidade criativa: Aprenda a transcriar o acesso em curso gratuito do MAM São Paulo

Uma mulher de óculos, vista de perfil, interage com escultura de metal semelhante a um galho com um pássaro de origami no topo, em uma galeria de arte com fundo branco. (Foto: Lusaneyes)

Legenda descritiva: Uma mulher de óculos, vista de perfil, interage com escultura de metal semelhante a um galho com um pássaro de origami no topo, em uma galeria de arte com fundo branco. (Foto: Lusaneyes)

Curso gratuito de acessibilidade criativa prioriza vagas para pessoas negras, indígenas, trans, idosas e com deficiência; inscrições até 8 de outubro.

 

São Paulo, 29 de setembro de 2025 – Estão abertas as inscrições para o curso gratuito “Transcriar o acesso: Pesquisas e práticas criativas para acessibilidade”, oferecido pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) entre 14 de outubro e 6 de novembro. A formação online, coordenada por Anne Magalhães, é uma oportunidade para aprofundar conhecimentos em acessibilidade criativa e estética, com um corpo docente diverso e vagas prioritárias para grupos historicamente sub-representados.

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Transcriação como Ferramenta para uma Acessibilidade Plural

O curso propõe a metodologia da transcriação — um conceito amplamente pesquisado por artistas-tradutores — como o principal caminho para desenvolver recursos de acessibilidade que valorizem as múltiplas possibilidades de fruição da arte. A abordagem vai além da tradução literal ou da simples adaptação técnica, buscando criar experiências estéticas equivalentes e potentes para diferentes corpos e sentidos. O objetivo é capacitar as pessoas participantes a pensar a acessibilidade não como um anexo, mas como parte integrante do processo criativo, focando na sensorialidade e na inclusão genuína.


Conheça o corpo docente e suas especialidades

A formação será conduzida por uma equipe multidisciplinar de artistas, pesquisadores e consultores, com e sem deficiência, que são referência no campo da acessibilidade cultural. A coordenação geral é de Anne Magalhães, artista transdisciplinar, pesquisadora, tradutora e fundadora da Janela Produtora Cultural. O time de professores inclui:

  • Bruno Ramos, ator, educador, dançarino, poeta e ativista surdo que luta pelo protagonismo de pessoas com deficiência na arte e cultura.
  • Camila Alves, mulher cega, doutora em psicologia social, consultora, palestrante e autora do livro “E se experimentássemos mais? Contribuições não técnicas de acessibilidade em espaços culturais”.
  • Karen Montija, educadora, produtora cultural e mestre em acessibilidade estética pela ECA (USP), que pesquisa e cria objetos mediadores e instalações multissensoriais.
  • Lara Souto, consultora em acessibilidade, audiodescrição e educação inclusiva, mestre em Letras pela USP e consultora de audiodescrição da TV Cultura.
  • Tito Motta, artista, produtor audiovisual e audiodescritor com mestrado em Computação Gráfica, que constrói acesso em importantes espaços culturais.


O que será abordado nos 8 encontros online

Ao longo de oito encontros, realizados às terças e quintas-feiras, as pessoas participantes terão contato com teoria e prática, explorando temas como a criação de objetos mediadores, audiodescrição, ambientes interativos e o desenvolvimento de produções acessíveis. Todas as aulas contarão com intérpretes de Libras e momentos dedicados para tirar dúvidas, colaborando com a construção dos projetos dos participantes.

Inclusão na Prática: Um Processo Seletivo com Foco em Diversidade

Para garantir um ambiente de aprendizado plural e representativo, o processo seletivo do curso adotou uma política de ação afirmativa. A prioridade de vagas é destinada a pessoas negras, indígenas, pessoas trans, pessoas idosas e pessoas com deficiência, além de pessoas com perfil de baixa renda (renda familiar igual ou inferior a dois salários mínimos). Essa medida é fundamental para combater a exclusão histórica desses grupos nos espaços de produção cultural e acadêmica, garantindo que as discussões sobre acessibilidade sejam lideradas também por quem vivencia diretamente as barreiras.


Um grupo de pessoas, incluindo uma criança, usa luvas azuis para tocar em escultura durante curso Transcriar o acesso, atividade de acessibilidade criativa.
Descrição da imagem: Em uma galeria de arte com fundo branco, um grupo de pessoas de várias idades, incluindo uma menina, participa de uma experiência tátil. Com as mãos protegidas por luvas azuis, eles tocam cuidadosamente uma escultura vertical de cor clara com pernas de cor escura. A menina, no centro, observa a obra com atenção e curiosidade. (Foto: Lusaneyes)

Como se inscrever

Qualquer pessoa interessada em vivenciar a arte de forma inclusiva pode participar. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 8 de outubro por meio do formulário online neste link . A seleção será baseada em critérios socioeconômicos.

Igual Diferente: O Legado de 27 Anos do MAM na Pauta da Acessibilidade

A iniciativa faz parte do “Igual Diferente”, programa pioneiro do MAM Educativo criado em 1998. Atuando de forma transversal em todas as ações do museu, o programa foi fundamental para consolidar uma cultura de acessibilidade que busca eliminar barreiras físicas, sensoriais, intelectuais e simbólicas. Mais do que apenas incluir pessoas com deficiência, o objetivo sempre foi estreitar a relação da instituição com a riqueza da diversidade humana.

Um programa pioneiro e premiado

Ao longo de seus 27 anos, o “Igual Diferente” acumulou dezenas de reconhecimentos que atestam sua relevância, como o Prêmio Ibero-americano de Educação em Museus (2011), o Prêmio Darcy Ribeiro (2009), o Prêmio Cultura e Saúde (2008 e 2010) e o Prêmio de Inclusão Social (2005), consolidando o MAM São Paulo como uma instituição de referência no tema. Para Mirela Estelles, coordenadora do MAM Educativo, o impacto do programa é profundo e multifacetado.

“A existência do Igual Diferente no MAM gera significativos aprendizados e impactos em diversas instâncias: nos alunos, nos professores, na equipe, em seus visitantes.”

Mirela Estelles, coordenadora do MAM Educativo


Serviço: Transcriar o acesso 

  • O quê: Curso “Transcriar o acesso: Pesquisas e práticas criativas para acessibilidade”
  • Quando: 14, 16, 21, 23, 28 e 30 de outubro e 4 e 6 de novembro de 2025 (terças e quintas-feiras)
  • Horário: Das 19h às 21h
  • Formato: Online, com certificado de participação
  • Preço: Gratuito
  • Inscrições: Até 8 de outubro neste formulário
  • Dúvidas: igualdiferente@mam.org.br | WhatsApp: 11 99850-3213