Mês do Orgulho da Pessoa que Gagueja é celebrado com série de lives

Legenda descritiva: Card de divulgação das 'Lives de Outubro - Vozes Gagas', com fotos e nomes dos quatro participantes: Fernando Andrade, Gabriel Gomes, Tatiana Cavalcanti e Mariana Rissão. (Divulgação)

Iniciativa do Vozes Gagas reúne pessoas que gaguejam e especialistas para combater o capacitismo sobre um tema que afeta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil.

São Paulo-SP, 09 de outubro de 2025 – Outubro é o Mês Internacional de Conscientização sobre a Gagueira, e para marcar a data, o perfil Vozes Gagas promove uma série especial de lives todas as segundas-feiras, às 18h30. A iniciativa, que acontece pelo segundo ano consecutivo, reunirá pessoas que gaguejam e aliadas da causa para compartilhar experiências, combater o preconceito e ampliar o debate sobre um tema que, apesar de impactar cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, ainda enfrenta grande invisibilidade.

Jornalista Inclusivo também está no WhatsApp!

Acesse o canal e acompanhe as nossas atualizações.

A programação busca preencher uma lacuna de representatividade e combater o capacitismo. Embora a gagueira afete cerca de 2 milhões de brasileiros, a falta de reconhecimento legal como deficiência agrava a invisibilidade, tornando o diálogo e a educação ferramentas essenciais contra o preconceito.

Série de Lives: Conheça as Vozes que Vão Liderar os Diálogos

A série de encontros foi pensada para proporcionar trocas potentes e multidisciplinares, com convidados de diferentes áreas de atuação que buscam reposicionar a gagueira em novos lugares. A diversidade de perfis é um dos pontos altos da programação, garantindo que o tema seja abordado sob múltiplas perspectivas: da representação institucional à carreira profissional, passando pela ciência fonoaudiológica e pela expressão artística.

Fernando Andrade: Engenheiro e representante da AbraGagueira na Bahia, uma figura pública que gagueja e atua na linha de frente pelo debate sobre acessibilidade.
Gabriel Gomes: Criador do perfil @carreiragaga, que oferece mentorias e conteúdos gratuitos para apoiar pessoas com gagueira no desenvolvimento de suas carreiras.
Tatiana Cavalcanti: Fonoaudióloga com 18 anos de experiência, mestre e doutoranda em Linguística, especializada em gagueira.
Mariana Rissão: Atriz, jornalista e apresentadora que gagueja, usando a arte e a comunicação para reforçar que pessoas que gaguejam podem e devem ocupar todos os espaços.

A Luta Contra a Invisibilidade: “Gagueira não ser deficiência não impede o capacitismo”

Para Alexandra Martins, organizadora da ação e fundadora do Vozes Gagas, a educação é a principal ferramenta contra o preconceito. Ela destaca uma complexidade na luta da comunidade: a gagueira não ser legalmente enquadrada como deficiência, o que muitas vezes a mantém fora de debates mais amplos sobre inclusão.

“O fato da gagueira não ser considerada uma deficiência, não impede que pessoas gagas passem por capacitismos. Ao contrário, essa invisibilidade aumenta muito mais o preconceito.”
Alexandra Martins, organizadora da ação

O “Desafio 100 Dias” como ferramenta de conscientização criativa

Além das lives, Alexandra está engajada no “Desafio 100 Dias”, uma iniciativa em que publica vídeos diários sobre a gagueira. “Grande parte dos conteúdos sobre gagueira que vejo nas redes sociais são meio chatos e técnicos demais. Eu queria falar sobre isso de várias maneiras porque a gagueira também é esse lugar da multiplicidade”, explica a ativista, que busca usar a criatividade para furar a bolha e engajar um público mais amplo.

Outubro: Um Mês para Ampliar a Conscientização e Conhecer Direitos da Pessoa que Gagueja

O Dia Internacional de Atenção à Gagueira (DIAG) é celebrado em 22 de outubro. A data e todo o mês são dedicados a desmistificar o distúrbio da fluência e combater o preconceito. Ações como as do Vozes Gagas são fundamentais para educar a sociedade e empoderar a comunidade. É importante ressaltar que a discriminação contra pessoas que gaguejam é uma violação de direitos e pode ser denunciada. O Ministério Público do Trabalho, por exemplo, disponibiliza um manual que auxilia na denúncia de discriminação no ambiente de trabalho.