Sete atletas do clube Nauru DF competem no Circuito Loterias Caixa de Natação, principal evento do calendário nacional, de olho em índices para as Paralimpíadas e o Mundial.
São Paulo, 04 setembro de 2025 – O Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTP), em São Paulo, será o palco da Segunda Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de Natação nos dias 5 e 6 de setembro. A competição, uma das mais importantes do calendário nacional, reunirá a elite da natação paralímpica do país, incluindo sete atletas de alto rendimento do clube Nauru DF (MARKSPORT), que chegam à capital paulista em busca de índices para futuras competições internacionais, como o Mundial e as Paralimpíadas.
A Relevância do Esporte em um Cenário de Inclusão Crescente
Eventos como o Circuito Loterias Caixa são vitais para o desenvolvimento do esporte paralímpico em um país que, segundo o Censo 2022 do IBGE , possui mais de 14,4 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. No Distrito Federal, de onde vem a equipe Nauru, as pessoas com deficiência equivale a 6,1 % da população total . Para esse grupo, o esporte de alto rendimento não é apenas uma vitrine de resiliência e dedicação, mas uma poderosa ferramenta de inclusão, representatividade e profissionalização, que desafia estereótipos e inspira novas gerações a enxergarem seu potencial para além das barreiras impostas pelo capacitismo.
O Palco do Alto Rendimento Paralímpico
O Circuito Loterias Caixa, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), é a principal competição nacional para diversas modalidades, incluindo a natação. Realizado no CTP, uma das instalações mais modernas do mundo, o evento serve como termômetro para os atletas e comissões técnicas, além de ser uma etapa crucial para a obtenção de índices que qualificam para a Seleção Brasileira e para as grandes competições internacionais. A participação no circuito é um atestado do nível de excelência dos atletas e clubes envolvidos.
O Clube Nauru, que atua em cinco estados brasileiros, tem se consolidado como uma referência no esporte adaptado, acumulando mais de 50 medalhas em competições de alto rendimento. Em Brasília, o time de natação, que treina no Centro Olímpico da Universidade de Brasília (UnB), representa a força do paradesporto na capital federal, embora ainda enfrente o desafio de buscar patrocinadores que apoiem a jornada de seus atletas.
A Força do Time de Medalhistas Paralímpicos do DF na Piscina
A equipe do Nauru DF chega a São Paulo com um time forte e experiente, composto por campeões e medalhistas brasileiros em diferentes classes. Conheça os atletas e suas provas:
- Larissa Nakabayashi (Classe S11 – deficiência visual): Campeã brasileira, competirá nos 50m borboleta, 50m livre, 100m peito e 100m livre.
- Gabriel Zafra Lima (Classe S8 – limitação físico-motora): Campeão brasileiro, disputará os 400m livre, 50m borboleta, 50m livre, 100m peito, 200m medley e 100m livre.
- Fabrício Amorim Da Silva (Classes S5/SB6 – limitação físico-motora): Campeão nacional, competirá nos 50m borboleta, 50m livre, 100m peito, 200m medley, 100m livre e 100m costas.
- Erick Gustavo Mendes (Classe S8 – limitação físico-motora): Campeão nacional, nadará os 100m borboleta, 50m livre, 100m peito, 200m medley, 100m livre e 100m costas.
- Kevin Rocha Verissimo (Classe S14 – deficiência intelectual): Campeão brasileiro, competirá nos 100m borboleta, 200m medley, 200m livre e 100m costas.
- Lucas Nicollas Souza Barros (Classe S13 – deficiência visual): Vice-campeão brasileiro, disputará os 100m borboleta, 50m livre, 100m peito, 200m medley e 100m livre.
- Gabriel Alves Barradas (Classe S14 – deficiência intelectual): Campeão nacional, competirá nos 100m borboleta, 200m medley, 200m livre e 100m costas.
Vozes da Experiência: A Jornada dos Atletas
Para os atletas, a competição representa o ápice de meses de preparação intensa. Lucas Nicollas Souza, de 24 anos, vice-campeão brasileiro na categoria de atletas com deficiência visual, afirma que treinou intensamente para alcançar bons resultados. Sua trajetória, que começou aos 9 anos, é um exemplo da dedicação exigida pelo esporte de alto rendimento. “Com o passar do tempo e o acúmulo de experiência, fui intensificando minha rotina de treinos, sempre em busca de evolução e superação”, comenta.
Gabriel Alves, de 25 anos, que começou a competir em campeonatos escolares em 2014, destaca a importância da estrutura competitiva para o desenvolvimento de sua carreira. Ele ressalta que as competições promovidas pela Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI) foram fundamentais para abrir portas. Hoje, Gabriel se considera mais preparado, tanto física quanto mentalmente, para enfrentar os desafios do Campeonato Brasileiro e a rotina exigente da vida de atleta.