Descrição da Imagem: #PraCegoVer - Fotografia para o artigo Eu pelo Avesso. Em uma quadra poliesportiva, Murilo está em sua cadeira de rodas com os dois braços abertos e expressão de esforço, após arremessar a bola, durante treino de Bocha Adaptada. Ao seu lado é possível ver seu treinador.
Conheça o espaço Sem Barreiras, em “Eu pelo Avesso!”
O meu nome é Murilo Pereira dos Santos, tenho 20 anos e moro em Itu (SP). E, tenho paralisia cerebral, devido a um erro médico no parto.
Como o médico demorou para realizar o procedimento, entrei em sofrimento e tive uma anóxia (falta de oxigênio), o que causou a paralisia. Foi uma questão de minutos, mas esses minutos mudaram minha vida.
A princípio, a equipe médica não avisou meus pais sobre o ocorrido no parto e meu quadro clínico. Aparentemente, estava tudo bem.
Meus pais notaram que o meu desenvolvimento não correspondia a minha idade.
Minha paralisia só foi constatada após alguns meses, durante uma série de exames que meus pais me levaram para fazer sem encaminhamento médico.
Eu pelo Avesso: A partir daí, a Corrida Contra o Tempo Começou
Logo aos seis meses, iniciei alguns tratamentos: Fisioterapia, hidroterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional sempre fizeram parte da minha rotina.
Todos os dias, tenho atividades à tarde e, por isso, minha agenda é bem corrida. Além disso, desde 2017, sou Paratleta da Bocha Paralímpica ↗ Ituana, pela categoria BC1.
No período da noite, curso Jornalismo no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, na cidade de Salto (SP). Minha mãe, Katia, me acompanha em todas as atividades, inclusive na faculdade, pois não consigo escrever.
O preconceito sempre esteve presente em meu cotidiano. Já sofri bullying, tanto de uma professora quanto por parte de um menino que estudava em minha sala.
E, nas duas ocasiões, tive muita dificuldade para contar o que estava acontecendo aos meus pais. Necessitei de tratamento psicológico para superar os dois episódios.
Meu Dia a Dia é Frequentemente Afetado pela Falta de Acessibilidade
Às vezes, pretendo estar em um determinado local, mas ele não possui condições que me possibilitem estar ali. Quando isso acontece, eu, como todas as outras pessoas com deficiência, devemos fazer valer nossos direitos para que possamos ter acesso a qualquer espaço.
Bem, nesse ambiente de trocas de experiências, trarei, através do esporte e do Paradesporto, caminhos que nos aproximem da tão sonhada inclusão social.
Murilo Pereira
Cursando a faculdade de Jornalismo, Murilo Pereira dos Santos é Paratleta pela categoria BC1 de Bocha Paralímpica Ituana. Ele administra, nas redes sociais, as páginas "Vem Comigo" e "Sem Barreiras", este último oriundo do seu blog que dá nome a coluna aqui no site Jornalista Inclusivo, sobre paradesporto e outras questões.
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